sábado, 7 de setembro de 2019

A PRODUÇÃO LITERÁRIA NA CIDADE DE DEUS E SUAS MEMÓRIAS HISTÓRICAS




Sobre Museus


Estudos sobre museus indicam que a sua origem decorre do ato de colecionar, motivado pelo desejo da humanidade fixar materialmente o passado para a melhor compreender o presente.

Museologia Contemporânea 


Com a Nova Museologia (meados do século XX), os museus passam a desenvolver ações de caráter político e social que implicam na forma de exprimir a realidade das comunidades representadas, atribuindo-lhes o poder de escolha e seleção sobre que coisas as representam.

A Libertação de Memorias Históricas com Produção Literária


Em 2016 a FLUP PENSA (Festa Literária Internacional das Periferias + Formação de novos escritores) realiza uma edição na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O mote, produzir em HQ (Histórias em Quadrinhos) um livro com narrativas de moradores locais com memórias retratando no livro uma linha de tempo desde o mito de ocupação nos idos de 1966 até seus dias atuais para celebrar seus cinquenta anos de fundação.
Na ocasião é feito simultaneamente uma exposição em painéis com parte das histórias escolhidas junto com fotografias antigas pertencente ao acervo de memórias da Casa de Cultura Cidade de Deus, organização civil que tem como missão contribuir por meio de ações desta natureza a transformação do lugar.
Tal coleção está sendo objeto de planejamento para a realização de uma exposição com pré lançamento previsto para 29 de Setembro e lançamento aberto ao público à partir de Outubro na Casa de Cultura Cidade de Deus.

Além da EXPO MEMORIAL CDD – Lutas, Conquistas, Desafios e Inovações em HQ, teremos rodas de conversa sobre a produção literária dos moradores e ex-moradores da comunidade compondo o que poderá vir a ser o Circuito CdD de Literatura.




sexta-feira, 5 de julho de 2019

ENTRE "TEMPORAIS & "ABISMOS: A PASSAGEM PARA O TERCEIRO LIVRO


DESEJOS PASSADOS E PRESENTES
E o futuro? A nós pertence!

Wellington de Moraes França

"Enquanto os outros não chegam, vamos chegando. Esse momento será especial, pois será o encontro das experiencias de campo narradas como poeta, idealizador do GRUPO CULTURAL PROJETO e da REVISTA NÓS. Autor de TEMPORAIS - 2010 e ABISMOS - Esquina Editorial - 2019. Pesquisador sobre Teatro do Invisível,  gestor em organizações não governamentais. As mesas virtuais ou presenciais aqui mediadas por todos e todas que assim o quiserem. E o tema (simbólico, talvez, somente meu, quem sabe), será Estética das centralidades periféricas nas palavras, imagens e gestos. Cada um com seu trabalho e expertise. Temos muitos lugares. Da literatura artística às artes marciais. Narrativas que traçam via cruces e liberdade, levaremos para nossas moradas um pouquinho da invenção desses processos:
O INVENTO: Sarau Poesia de Esquina na Cidade de Deus - O QUE PROVOCOU O TRABALHO, Lançamento do livro de poemas TEMPORAIS."

O recorte na introdução é um exercício ficcional, uma janela para reflexão sobre o trajeto entre os lançamentos de: "TEMPORAIS" (2010); Sarau Poesia de Esquina (2011) e o lançamento de "ABISMOS" - (2019).

AS FERRAMENTAS DO SARAU
  • Redes sociais
  • Fanzine
  • Poemas
  • Um bar com equipamento de som, e depois 
  • uma caixa de som amplificada (comprada pela Viviane de Sales com suas economias pós viagem aos Estados Unidos. Caixa carregada, ora com dor, ora alma, nos ombros, mas no peito, esperança.
Evento comemorativo de cinco anos de lançamento do sarau Poesia de Esquina - 2016.

 PARCERIAS QUE CONTRIBUÍRAM: 

Tanto para o lançamento de TEMPORAIS quanto para POESIA DE ESQUINA foram muitos amigos. 

Amigos poetas, artistas e músicos, cineastas (destaque em memória ao Julio Peckly) Produtores culturais da comunidade e de outros territórios; empreendedores e várias ONGs de base comunitária na Cidade de Deus.


DESAFIOS PÓS "TEMPORAIS" AO POESIA DE ESQUINA em 2011

  • Criar uma produtora de eventos
  • Participar de editais e inscrever projetos nas leis de incentivo
  • Lançar livros dos poetas frequentadores do Sarau do POESIA DE ESQUINA

O projeto para criar uma produtora de eventos ficou num arquivo temporário perto da pasta de reciclagem de meu notebook, mas a Super Vivi de Sales criou a Esquina Editorial 

Lançamento de "Abismos" Editora & Autor -2019

"E o que mudou em sua maneira de se colocar diante da vida?" perguntou certa vez Numa Ciro num exercício preparatório para uma mesa na Universidade das Quebradas, sobre a cena literária carioca quando estávamos no auge do sarau Poesia de Esquina.

Sempre fui um ativista radical. Consigo agora ver as pessoas com maior atenção e cuidado (vez em quando tropeço, claro, sou humano, não sou perfeito nem feito de ferro).

O Sarau Poesia de Esquina demonstra que até podemos ser objeto de estudo de pesquisa acadêmica. Mas que sempre seremos cada vez mais protagonistas de nossa própria história e das mudanças que realizamos, tentando de um jeito divertido e com muito mais suavidade.

 A proposta é expandir a discussão para que todos voltem aos seus campos, de pesquisa e trabalho, com vontade de continuar inventando novos caminhos.

Com essa postura, mas sem fazer alarde, fui me aninhando na Casa de Cultura. Fui acolhido sem as frescuras da formalidade burguesa que muitas vezes repetimos sem saber ou perceber, que não são nossas. Acabo então mergulhado em atas, estatutos, editais e atos formais.

Café Literário na Casa de Cultura Cidade de Deus

Crio raízes se preciso arejar a terra. Por vezes inclino-me como bambu diante das tempestades para voltar renovado refletindo sobre a vida que vem e vai.

E de quando em vez, corto as raízes para voltar a navegar como navegam nossos ancestrais dos brasis antes do Brasil das cruzes e Cruzes. Navegando com as águas doces dos lagos e rios. Ou entre as misteriosas e costeiras ondas atlânticas.

Curto trem desde a infância. Mas sempre que entro num, acabo tomado pelo poder de estar na locomotiva. Nunca me foi dado o prazer de ser simples passageiro, que entra e sai, como simples viajante, que quando está pode se dar o luxo de olhar a paisagem como se estivesse sempre em velocidade de cruzeiro. Se ficar parado, em mim colidem. Se seguir sem ver sinais, atropelo amputando vidas. Breca-se repentino, descarrilha. Se pulo fora e ninguém assume... talvez, só talvez, o mundo se transforme.

Tenho tanto respeito por velhos como eu que planta tâmaras ainda que não tenha existência para colhê-las, quanto por quem tem fome de tudo e de fé e venhamos e convenhamos, plantar com fome, só monges do Tibe.
Não me importo se com quem prefere repetir as verdades dos outros. Quanto a mim, vou tentando aprender fazer pão e parti-los e reparti-los, não com lâminas frias de espadas, mas sim, com mãos calejadas As mãos quentes de quem trabalha.

Na dúvida, volto para meu solitário barquinho à remo. Mas se quiserem, tem mais remos e lugar.

TERCEIRO LIVRO

Penso que seria prematuro anunciar detalhes do próximo livro. No entanto, aprecio registrar alguns comentários.
O primeiro livro, "Temporais" tem aspectos que se aproximam parcialmente de uma autobiografia. Recortam algumas de minhas experiências de vida da infância à maturidade. O título faz referência à enchente de 1996 que me transborda de Vigário Geral para a Cidade de Deus. O título do segundo, "Abismos" nos remete aos seres de luz própria que vivem no fundo das fendas dos oceanos. Uma metáfora aos que sobrevivem nos submundos das noites nos subúrbios e favelas cariocas.
O terceiro livro continuará com poemas que contam histórias ou reflexões exercitando comparações e paralelos na vida com os movimentos cósmicos.


quinta-feira, 20 de junho de 2019

ECONOMIA CRIATIVA & SOLIDÁRIA - Um estudo de Caso


ECONOMIA SOLIDÁRIA E CRIATIVA APLICADA 


Da Revista Nós nos anos setenta à ABISMOS, 2019.

Pode ser um equivoco afirmar que economia criativa e solidária sejam duas faces de uma mesma moeda, ainda mais complicado acreditar que sejam sinônimos.
Cada uma delas tem origens e motes distintos e em alguns pontos pode-se até encontrar indícios de algumas contradições.
Igualmente equivocada a tendência de alguns setores da economia solidária, senão a maioria, radicalizar e excluir alguns princípios básicos da economia criativa.
Assim como também, observo que se a galera que promove a economia criativa não inclui em seus fundamentos a economia solidária, corre o risco de morrer na praia.
Um bom exemplo de uma ação positiva da economia criativa é o reconhecimento e incentivo à pratica de criar sinapses sociais, ou seja, numa reunião entre pessoas que não se conhecem alguém estimular que cada um se apresente com suas experiências profissionais ou de vida de tal forma que desperte o interesse de trocarem informações entre si formando rede criando espontaneamente.
Venho trabalhando na perspectiva de que podemos sim produzir o desenvolvimento coletivo sem abrir mão da promoção do valor individual de cada agente deste processo, seja na sua expertise, seja na sua capacidade de articulação estratégica de produção em escala a curto, médio e longo prazo.
Assim foi nos anos setenta e oitenta com o movimento cultural promovido pela REVISTA NÓS (da Cidade de Deus, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro) e posteriormente com o lançamento de meu primeiro livro autoral, TEMPORAIS pela CBJE em outubro de 2010 e que finalmente serviu de start para o Movimento Poesia de Esquina do qual resulta a criação da Esquina Editorial e a partir dela uma significativa produção editorial: a Coletânea com textos de poetas frequentadores do Sarau de mesmo nome, do livro: OS SENTIDOS de Edson Veoca; A VIDA É UM POEMA de Anahiyde Muniz (Dona Tuca) e ABISMOS de minha autoria.
Nas três ações apresentadas tivemos a aplicação de princípios da economia criativa e solidária.




domingo, 19 de maio de 2019

OS CAMPOS DE PESQUISA PARA A ESCRITA DE ABISMOS


Uma metrópole vista do alto assemelha-se grande oceano de concreto, aço, vidro e e asfalto.
Entre seus prédios, fendas abissais.



Abismos nos quais residem seres de luz própria porém escondidas entre seus próprios dejetos  e desejos.
O campo de pesquisa para escrever e desenvolver os poemas do livro Abismos foi o complexo conjunto das periferias urbanas do Rio e Grande Rio. Mais que circular entre becos do Centro e vielas das favelas, fui permanecer em seus, talvez, mais democráticos centros de concentração humana para escutar músicas como DJ anônimo, afinar ou desatinar cantigas nos videoskês, levar um papo trivial à mesa ou acotovelado nos balcões. Vez por outra curtindo uma meia porção de carne assada mas sempre degustando a cerveja de minha marca predileta. Homens em volta de uma ou duas mesas repletas de litrões de badaladas marcas, exibem suas protuberâncias abdominais avantajadas - preferem apelidar de excesso de gostosuras - camisas ao ombro, devoram com olhos e gestos mulheres que usam e abusam de seus talentos sedutores na voz, no corpo e no ato de caminhar ou dançar. Cães entram com desenvoltura. Esculachados ou afagados, sempre voltam. Homens, mulheres e crianças que dormem sob marquises ou bancos da praça, catam no asfalto, guimbas de cigarro e farelos de crac. Pedem para clientes do bar dinheiro para jogarem nas máquina de jogos de azar ditas, "caça níqueis" ou para pagarem algum sagado. Eventualmente pegam encomendas de produtos exclusivos das “bocas”. A prostituição, as vezes ocasional, às vezes permanente.
Um poeta quase sempre solitário, descreve as entrelinhas das almas expostas nestes bares cosmopolitas em papel que embalam pacotes de cigarro.
Estes locais que podem deixar o inferno de Dante no Chinelo, tem seres de luz própria e muita oração poética que liberta.

domingo, 12 de maio de 2019

NOMEAÇÃO POPULAR DE LOGRADOUROS E MICRO REGIÕES DA CIDADE DE DEUS.


DICIONÁRIO DE NOMES RUAS, PRAÇAS E TRAVESSAS DA CDD
OU
NOMEAÇÃO POPULAR DE LOGRADOUROS
E MICRO REGIÕES DA CIDADE DE DEUS.

Pesquisa e Organização: Wellington de Moraes França


Seria um modo de apropriação simbólica dos territórios ou uma demonstração de pertencimento e poder?

A Nomeação de Logradouros como Processo Poético e de Apropriação do Território ou Nomeação popular ou ainda uma ressignificação simbólica e identitária de territórios e locais de referencia e localização de logradouros à revelia dos critérios estabelecidos pela prefeitura local vem sendo objeto de curiosidade popular local e em alguns casos de interesse acadêmico.
Movido por este fenômeno rico de processo poético resolvi inclui-lo no que chamo provisoriamente de uma pesquisa participativa e popular para a criação de um acervo de bens patrimoniais culturais materiais e imateriais da CDD.
A Cidade de Deus revela indícios de um fenômeno social de formação de várias identidades culturais que vem se transformando e ao mesmo tempo se consolidando em mais de cinco décadas de ocupação. 
Apesar ou além dos nomes determinados pela prefeitura surgem e se fixam e se transformam nomes próprios para lugares dentro da comunidade que revelam tendências; historias; preferências culturais; fatos sociais ou pessoas marcantes. 
Exemplos: Comunidade do Pantanal; Karate; Bariri; Laminha; Tijolinhos; Área da Treze; Barro Vermelho; Tangará; Praça Seca; Casinhas; Rocinha II; Praça dos Garimpeiros; Praça do Seu Dantas; Sítio do Coronel, Praça das 17 arvores; Esquina de Londres,  dentre outros.



Também entidades, prédios como referencia de localização e eventos sociais com microseguimentações, algumas extintas, outras resistindo ao tempo ou com adaptações:
Festa do Dia do Trabalhador com várias atrações; Desfiles carnavalescos e desfiles cívicos; Pagode do Bar da Ritinha; Botequim do Charme do Bar do Bill; Forró do Perereca, Forró do Celso (Rocinha II); Comunidade de Sambistas (Mocidade Unida; Bloco Coroado; Bloco Luar de Prata; bailes de várias tendências; Grupos de Dança de Rua, Escola de Samba Mocidade Unida Jacarepaguá; Igreja Amarela; Porta do Céu; blocos carnavalescos; festas caipiras tradicionais; Grupos de teatro e literários (Grupo de Teatro Cultural Projeto, Revista literária NÓS; Grupo Teatral Raiz da Liberdade; Movimento Negro Acorda Crioulo; Grupo Aliança Ariri de Capoeira do Mestre Derli, dentre outros grupos; Clubes de Futebol Masculino, feminino e juvenil; Taidokan Karate Clube; Associação Rode de Karate, juntamente com dezenas de ONGs com ações sociais, culturais e desportivas.








DICIONÁRIO POPULAR DOS LUGARES DA CDD

TRIAGENS -  São quadras onde se encontram habitações nomeadas originalmente pela COHAB – assim chamadas para caracterizar a condição de “provisórias”. Localizam-se em vários pontos no conjunto habitacional, conjunto este, o das casas, com arquitetura original sendo pequenas casas em centro de terreno e cobertura de telhas francesas. As triagens são formadas por grandes vagões com varias pequenas habitações de apenas dois cômodos cada divididas por uma simples parede de alvenaria e coberturas de telhas de amianto. Foram ao logo das décadas sendo mantidas e identificadas com seus números originais: triagens da 13, 163 e 169.

E por que quadras e números e não nomes próprios?

(logo no inicio das ocupações os endereços dos imóveis eram identificados conforme uma nomenclatura especifica da engenharia civil ou uma corruptela para a designação técnica que define como quarteirão ou Quadrilóbulo - Nomenclatura para blocos de edifícios limitados por quatro ruas - muito embora, modernamente, a “quadra” é mais conhecida como áreas de esporte e lazer dentro das praças e condomínios, conjuntos habitacionais e clubes).
A Praça do 15 fica na Área do Lazer. Única que não acompanha o padrão de ser próxima da quadra de mesmo número. Na segunda metade de 2018 a geopolítica se apresenta com nova configuração à saber:
Área do 15 delimitada entre Rua Josias, Avenida Rio Grande, Prezuic e Av Marechal Miguel Salazar Mendes de Moraes. O “Lazer” se identifica desde então como o conjunto de duas quadras desportivas, uma de futebol e outra polivalente (vôlei, basquete) e seu entorno.

AP - Apartamentos
AP 1 (antes Conj Gabinal e Margarida)
AP2 (antes, conjunto da PM – projeto para moradia originalmente aos servidores desta corporação porém já não mais existindo como tal)
AP3 – Conj Itamar Franco  



Bruk região originalmente conhecida como Pantanal ( I e II) 
Barro Vermelho (atual Bariri). Antes do asfaltamento e da ocupação de parte do território que hoje é tido com Morrinho, o barranco exposto na encosta que faz limite com o condomínio Bairro Araújo era de uma argila de cor avermelhada. 
 Karatê - Existem dois antigos relatos:  a. Histórico de recorrentes conflitos entre vizinhos. b. Local de domicílio ou de onde presumi-se, partiam jovens e adolescentes para realizarem arrastões nos bairros vizinhos usando golpes supostamente semelhantes às técnicas das Artes Marciais. Uma terceira versão é a de que naquela região ou proximidades morava ou ensinava Karate.
Notas: Um dos primeiros mestres de karate que morou na Cidade de Deus se tem notícia, era conhecido como Verdugo. Há relatos de que ensinava  na Barra da Tijuca. Um segundo mestre, ensinava Karate no Centro Social Urbano, Professor Sergio Pinto que alem de um dos pioneiros desta arte foi também o fundador do Bloco da Lata. Entidade carnavalesca ao contrário do que se possa imaginar ter sido fruto de uma expressão espontânea era por ele muito bem organizado. nos apartamentos da Gabinal. Um terceiro, Professor Marcos. Na segunda geração de mestres desta modalidade que se estabeleceram na Cidade de Deus foram: Sensei Wellington (nas casas) e Sensei Luiz Pessanha (nos apartamentos).

Rocinha 2  
Casinhas Novas (2005 / 2006) atualmente mais recorrente como apenas “Casinhas”

Tangará: um morador e proprietário de uma birosca naquela área afirma ter sido ele o autor que cunhou o nome do lugar. Diz que testemunhou os primeiros movimentos de ocupação. Os homens passavam em romaria com foices, picaretas, pás e enxadas sobre os ombros. Uma vez comentou com seus fregueses no balcão: “Olha só! Até parece o povo de Tangará!”. Na época estava em cartaz a novela da Globo, O Salvador da Pátria. Esta novela faz referencia à duas cidades fictícias, uma delas Tangará. O tema de abertura da novela retratava o movimento dos operários entre as cidades.

Ap da PM ( mesmo que AP2)  Condomínio localizado no Final da Rua Pintor Leandro Joaquim originalmente construído para atender servidores daquela corporação. Atualmente, uma parcela dos moradores não se reconhece como parte da Cidade de Deus. Atribui-se também a troca do nome de “AP DA PM” para AP2 .
Bruk – abreviação  decorrente de corruptela da palavra Brooklin. Trata-se de uma comparação com um  bairro nos EUA, homenagem ou comparação e por  ser uma região perigosa e dominada por facções criminosas.
Pantanal: região que assemelhava-se a um pântano.
Praça da Loira. Praça onde se localiza a casa de uma senhora que vendia gás de cozinha. Carla Ciccos, do CddAcontece comenta sobre uma matéria que fez com o neto desta senhora que formou-se nos Estados Unidos ( também identificada como da família Digenari).

Area do Lazer: tradicionalmente um dos principais pontos de lazer da comunidade e prática esportiva. Constitui-se principalmente de uma quadra poliesportiva (baskete, vôlei e fut sal) e o campo de futebol. Originalmente projetada como praça. Seu nome oficial, Praça Ageu. Endereço também da Paróquia Pai Eterno e São José, primeira igreja católica apostólica romana fundada pelo Pe. holandez Juio Grotten. 

Laminha. Região próxima da praça onde era sede do Bloco Carnavalesco (já extinto) Luar de Prata. Área com grande incidência de entupimento dos esgotos e muita lama nas ruas e travessas.

Praça da Fé ( pesquisa em andamento).

Praça do Cidinho. (onde se localiza a residência do Mc Cidinho da dupla Cidinho & Doca).

Praça do “Rala Coco” Acredita-se que o terreno baldio era reservado para o estacionamento das professoras da Escola Augusto Magno. Pavimentado com um asfalto rústico, era usado pela molecada para suas partidas de “pelada” conta o Escritor Edson Veoca que morava ali perto. Devido ao asfalto as crianças sempre que caiam ralavam o corpo e principalmente o “coco” ou seja, a cabeça. Posteriormente com a reforma do Jardim de Infância Monsenhor Cordiolli, a área em frente ganhou bancos. Permanece conhecida como a Praça do Rala Coco.

“Esquina de Londres”, nome dado à esquina entre as Ruas Josias e Jesse, foi cunhado pelo Cidinho Doca. Cidinho criou o bloco de Clovis “Os Cara Feia” para saídas no Carnaval nos anos noventa como uma alegoria em resposta bem humorada aos dois outros grupos de Clovis luxuosos que partiam  respectivamente do Lazer e da 69 sempre com grande queima de fogos. A  saída do bloco Caras Feia era da esquina entre rua Jesse e Josias, o nome escolhido pelo Cidinho por razões ainda não esclarecidas,  foi adotado pela comunidade. O “Cara Feia” extinto, era formado com fantasias pobres e desfilava somente pela CDD. Conta Ismael, dono do Theiler ao lado da Associação de Moradores: “ Anos noventa ,no carnaval, dois blocos de Clovis com fantasias luxuosas saiam da CDD para desfilarem em outros lugares: Os brabo partiam de um ponto perto do CRJ ( Centro de Referência da Juventude – originalmente Fundação Leao XIII, depois Casa da Paz) .Os “Abusado” assim mesmo no singular, partiam da  Quadra 69 e ainda hoje saem da quadra do Botafogo no Karate. Faziam uma queima de fogos para marcar a concentração e a saída. O Cidinho então resolveu criar o bloco dos “Caras Feia” Um tipo de Clovis de pobre com adereços, mascaras e fantasias pobres e improvisadas; o ponto de partida era na esquina da Rua Josias com a Jessé, batizado por Cidinho como a Esquina de Londres.

Tijolinhos ( I e II) - Uma das últimas tentativas do estado responder as reivindicações locais por uma melhor condição de vida aos habitantes das triagens resultou numa arquitetura premiada. Nomeada pela população por sua aparência.
Tijolinho I ( próximo da saída da linha amarela (foto)



Tijolinho II, na “Laminha” localizado no interior da área das casas.

Praça Seca (Seu nome oficial na CDD: Habor)

Praça dos Garimpeiros ( Oficial: Praça dos Profetas).

Praça do Seu Dantas (Oficial: Magadã) 

Sítio do Coronel

Praça das 23 Árvores

Praça do Galo

Comunidade Guarani Av.Comandante Guaranys é a rua onde estão estabelecidas a Farmanguinhos, Eletromar  e da antiga Cera Jhonson, atualmente   GB logística. Também via de acesso ao Jardim do Amanhã. Estende-se  até a Av Ayrton Senna  e saída para linha amarela. Nas suas laterais localiza-se a comunidade Vila da Conquista e recentemente a ocupação Guaranys ( contribuição de Magali Portela).







segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Movimento de poetas da Cidade de Deus ganha coletânea
Viviane de Sales

O movimento cultural da Poesia de Esquina, criado em 2011 na Cidade de Deus, bairro da zona oeste carioca,  a partir da realização de saraus em bares e de encontros literários em escolas públicas, lança sua primeira coletânea. Organizado pela antropóloga e editora Viviane Salles, o livro reúne textos inéditos de 38 poetas e será lançado na quinta  24/01, a partir das 18h,  no Café Literário da Casa de Cultura da Cidade de Deus.