E o futuro? A
nós pertence!
Wellington de
Moraes França
"Enquanto os
outros não chegam, vamos chegando. Esse momento será especial, pois será o
encontro das experiencias de campo narradas como poeta, idealizador do GRUPO
CULTURAL PROJETO e da REVISTA NÓS. Autor de TEMPORAIS - 2010 e ABISMOS - Esquina Editorial - 2019. Pesquisador sobre Teatro do Invisível, gestor em organizações não governamentais. As
mesas virtuais ou presenciais aqui mediadas por todos e todas que assim o
quiserem. E o tema (simbólico, talvez, somente meu, quem sabe), será Estética das centralidades periféricas nas
palavras, imagens e gestos. Cada um com seu trabalho e expertise. Temos
muitos lugares. Da literatura artística às artes marciais. Narrativas que
traçam via cruces e liberdade, levaremos para nossas moradas um pouquinho da
invenção desses processos:
O INVENTO: Sarau Poesia de Esquina na Cidade de Deus - O
QUE PROVOCOU O TRABALHO, Lançamento do livro de poemas TEMPORAIS."
O recorte na introdução é um exercício ficcional, uma janela para reflexão sobre o trajeto entre os lançamentos de: "TEMPORAIS" (2010); Sarau Poesia de Esquina (2011) e o lançamento de "ABISMOS" - (2019).
O recorte na introdução é um exercício ficcional, uma janela para reflexão sobre o trajeto entre os lançamentos de: "TEMPORAIS" (2010); Sarau Poesia de Esquina (2011) e o lançamento de "ABISMOS" - (2019).
AS FERRAMENTAS DO SARAU
- Redes sociais
- Fanzine
- Poemas
- Um bar com equipamento de som, e depois
- uma caixa de som amplificada (comprada pela Viviane de Sales com suas economias pós viagem aos Estados Unidos. Caixa carregada, ora com dor, ora alma, nos ombros, mas no peito, esperança.
Evento comemorativo de cinco anos de lançamento do sarau Poesia de Esquina - 2016. |
PARCERIAS QUE
CONTRIBUÍRAM:
Tanto para o lançamento de TEMPORAIS quanto para POESIA DE ESQUINA foram muitos amigos.
Amigos poetas, artistas e músicos, cineastas (destaque em memória ao Julio Peckly) Produtores culturais da comunidade e de outros territórios; empreendedores e várias ONGs de base comunitária na Cidade de Deus.
Tanto para o lançamento de TEMPORAIS quanto para POESIA DE ESQUINA foram muitos amigos.
Amigos poetas, artistas e músicos, cineastas (destaque em memória ao Julio Peckly) Produtores culturais da comunidade e de outros territórios; empreendedores e várias ONGs de base comunitária na Cidade de Deus.
DESAFIOS PÓS "TEMPORAIS" AO POESIA DE ESQUINA em 2011
- Criar uma produtora de eventos
- Participar de editais e inscrever projetos nas leis de incentivo
- Lançar livros dos poetas frequentadores do Sarau do POESIA DE ESQUINA
O projeto para criar uma produtora de eventos ficou num arquivo temporário perto da pasta de reciclagem de meu notebook, mas a Super Vivi de Sales criou a Esquina Editorial
Lançamento de "Abismos" Editora & Autor -2019 |
"E o que mudou em sua maneira
de se colocar diante da vida?" perguntou certa vez Numa Ciro num exercício preparatório para uma mesa na Universidade das Quebradas, sobre a cena literária carioca quando estávamos no auge do sarau Poesia de Esquina.
Sempre fui um ativista
radical. Consigo agora ver as pessoas com maior atenção e cuidado (vez em quando tropeço, claro, sou humano,
não sou perfeito nem feito de ferro).
O Sarau Poesia de Esquina demonstra que até podemos ser
objeto de estudo de pesquisa acadêmica. Mas que sempre seremos cada vez mais
protagonistas de nossa própria história e das mudanças que realizamos, tentando
de um jeito divertido e com muito mais suavidade.
A proposta é
expandir a discussão para que todos voltem aos seus campos, de pesquisa e
trabalho, com vontade de continuar inventando novos caminhos.
Com essa postura, mas sem fazer
alarde, fui me aninhando na Casa de Cultura. Fui acolhido sem as frescuras da
formalidade burguesa que muitas vezes repetimos sem saber ou perceber, que não
são nossas. Acabo então mergulhado em atas, estatutos, editais e atos formais.
Café Literário na Casa de Cultura Cidade de Deus |
Crio raízes se preciso arejar a terra. Por vezes inclino-me como bambu diante das tempestades para voltar renovado refletindo sobre a vida que vem e vai.
E de quando em vez, corto as raízes
para voltar a navegar como navegam nossos ancestrais dos brasis antes do Brasil
das cruzes e Cruzes. Navegando com as águas doces dos lagos e rios. Ou entre as
misteriosas e costeiras ondas atlânticas.
Curto trem desde a infância. Mas
sempre que entro num, acabo tomado pelo poder de estar na locomotiva. Nunca me
foi dado o prazer de ser simples passageiro, que entra e sai, como simples
viajante, que quando está pode se dar o luxo de olhar a paisagem como se estivesse
sempre em velocidade de cruzeiro. Se ficar parado, em mim colidem. Se seguir
sem ver sinais, atropelo amputando vidas. Breca-se repentino, descarrilha. Se
pulo fora e ninguém assume... talvez, só talvez, o mundo se transforme.
Tenho tanto respeito por velhos como
eu que planta tâmaras ainda que não tenha existência para colhê-las, quanto por
quem tem fome de tudo e de fé e venhamos e convenhamos, plantar com fome, só
monges do Tibe.
TERCEIRO LIVRO
Penso que seria prematuro anunciar detalhes do próximo livro. No entanto, aprecio registrar alguns comentários.
O primeiro livro, "Temporais" tem aspectos que se aproximam parcialmente de uma autobiografia. Recortam algumas de minhas experiências de vida da infância à maturidade. O título faz referência à enchente de 1996 que me transborda de Vigário Geral para a Cidade de Deus. O título do segundo, "Abismos" nos remete aos seres de luz própria que vivem no fundo das fendas dos oceanos. Uma metáfora aos que sobrevivem nos submundos das noites nos subúrbios e favelas cariocas.
O terceiro livro continuará com poemas que contam histórias ou reflexões exercitando comparações e paralelos na vida com os movimentos cósmicos.