sexta-feira, 5 de julho de 2019

ENTRE "TEMPORAIS & "ABISMOS: A PASSAGEM PARA O TERCEIRO LIVRO


DESEJOS PASSADOS E PRESENTES
E o futuro? A nós pertence!

Wellington de Moraes França

"Enquanto os outros não chegam, vamos chegando. Esse momento será especial, pois será o encontro das experiencias de campo narradas como poeta, idealizador do GRUPO CULTURAL PROJETO e da REVISTA NÓS. Autor de TEMPORAIS - 2010 e ABISMOS - Esquina Editorial - 2019. Pesquisador sobre Teatro do Invisível,  gestor em organizações não governamentais. As mesas virtuais ou presenciais aqui mediadas por todos e todas que assim o quiserem. E o tema (simbólico, talvez, somente meu, quem sabe), será Estética das centralidades periféricas nas palavras, imagens e gestos. Cada um com seu trabalho e expertise. Temos muitos lugares. Da literatura artística às artes marciais. Narrativas que traçam via cruces e liberdade, levaremos para nossas moradas um pouquinho da invenção desses processos:
O INVENTO: Sarau Poesia de Esquina na Cidade de Deus - O QUE PROVOCOU O TRABALHO, Lançamento do livro de poemas TEMPORAIS."

O recorte na introdução é um exercício ficcional, uma janela para reflexão sobre o trajeto entre os lançamentos de: "TEMPORAIS" (2010); Sarau Poesia de Esquina (2011) e o lançamento de "ABISMOS" - (2019).

AS FERRAMENTAS DO SARAU
  • Redes sociais
  • Fanzine
  • Poemas
  • Um bar com equipamento de som, e depois 
  • uma caixa de som amplificada (comprada pela Viviane de Sales com suas economias pós viagem aos Estados Unidos. Caixa carregada, ora com dor, ora alma, nos ombros, mas no peito, esperança.
Evento comemorativo de cinco anos de lançamento do sarau Poesia de Esquina - 2016.

 PARCERIAS QUE CONTRIBUÍRAM: 

Tanto para o lançamento de TEMPORAIS quanto para POESIA DE ESQUINA foram muitos amigos. 

Amigos poetas, artistas e músicos, cineastas (destaque em memória ao Julio Peckly) Produtores culturais da comunidade e de outros territórios; empreendedores e várias ONGs de base comunitária na Cidade de Deus.


DESAFIOS PÓS "TEMPORAIS" AO POESIA DE ESQUINA em 2011

  • Criar uma produtora de eventos
  • Participar de editais e inscrever projetos nas leis de incentivo
  • Lançar livros dos poetas frequentadores do Sarau do POESIA DE ESQUINA

O projeto para criar uma produtora de eventos ficou num arquivo temporário perto da pasta de reciclagem de meu notebook, mas a Super Vivi de Sales criou a Esquina Editorial 

Lançamento de "Abismos" Editora & Autor -2019

"E o que mudou em sua maneira de se colocar diante da vida?" perguntou certa vez Numa Ciro num exercício preparatório para uma mesa na Universidade das Quebradas, sobre a cena literária carioca quando estávamos no auge do sarau Poesia de Esquina.

Sempre fui um ativista radical. Consigo agora ver as pessoas com maior atenção e cuidado (vez em quando tropeço, claro, sou humano, não sou perfeito nem feito de ferro).

O Sarau Poesia de Esquina demonstra que até podemos ser objeto de estudo de pesquisa acadêmica. Mas que sempre seremos cada vez mais protagonistas de nossa própria história e das mudanças que realizamos, tentando de um jeito divertido e com muito mais suavidade.

 A proposta é expandir a discussão para que todos voltem aos seus campos, de pesquisa e trabalho, com vontade de continuar inventando novos caminhos.

Com essa postura, mas sem fazer alarde, fui me aninhando na Casa de Cultura. Fui acolhido sem as frescuras da formalidade burguesa que muitas vezes repetimos sem saber ou perceber, que não são nossas. Acabo então mergulhado em atas, estatutos, editais e atos formais.

Café Literário na Casa de Cultura Cidade de Deus

Crio raízes se preciso arejar a terra. Por vezes inclino-me como bambu diante das tempestades para voltar renovado refletindo sobre a vida que vem e vai.

E de quando em vez, corto as raízes para voltar a navegar como navegam nossos ancestrais dos brasis antes do Brasil das cruzes e Cruzes. Navegando com as águas doces dos lagos e rios. Ou entre as misteriosas e costeiras ondas atlânticas.

Curto trem desde a infância. Mas sempre que entro num, acabo tomado pelo poder de estar na locomotiva. Nunca me foi dado o prazer de ser simples passageiro, que entra e sai, como simples viajante, que quando está pode se dar o luxo de olhar a paisagem como se estivesse sempre em velocidade de cruzeiro. Se ficar parado, em mim colidem. Se seguir sem ver sinais, atropelo amputando vidas. Breca-se repentino, descarrilha. Se pulo fora e ninguém assume... talvez, só talvez, o mundo se transforme.

Tenho tanto respeito por velhos como eu que planta tâmaras ainda que não tenha existência para colhê-las, quanto por quem tem fome de tudo e de fé e venhamos e convenhamos, plantar com fome, só monges do Tibe.
Não me importo se com quem prefere repetir as verdades dos outros. Quanto a mim, vou tentando aprender fazer pão e parti-los e reparti-los, não com lâminas frias de espadas, mas sim, com mãos calejadas As mãos quentes de quem trabalha.

Na dúvida, volto para meu solitário barquinho à remo. Mas se quiserem, tem mais remos e lugar.

TERCEIRO LIVRO

Penso que seria prematuro anunciar detalhes do próximo livro. No entanto, aprecio registrar alguns comentários.
O primeiro livro, "Temporais" tem aspectos que se aproximam parcialmente de uma autobiografia. Recortam algumas de minhas experiências de vida da infância à maturidade. O título faz referência à enchente de 1996 que me transborda de Vigário Geral para a Cidade de Deus. O título do segundo, "Abismos" nos remete aos seres de luz própria que vivem no fundo das fendas dos oceanos. Uma metáfora aos que sobrevivem nos submundos das noites nos subúrbios e favelas cariocas.
O terceiro livro continuará com poemas que contam histórias ou reflexões exercitando comparações e paralelos na vida com os movimentos cósmicos.